VEREADORA DENUNCIA FALTA DE ACOLHIMENTO A GESTANTE NO HOSPITAL SÃO LUIZ
Durante a sessão da Câmara Municipal de Boituva, realizada nesta segunda-feira (24), a vereadora Laís Gianotti usou a tribuna livre para relatar um caso grave envolvendo o atendimento prestado a uma gestante no Hospital São Luiz de Boituva. Em sua fala, Laís denunciou a falta de acolhimento, estrutura e respeito no tratamento da paciente, que chegou à unidade com sangramento e temor de sofrer um aborto.
ESPERA ANGUSTIANTE NA MATERNIDADE
De acordo com a vereadora, a paciente foi encaminhada pela triagem ao setor de obstetrícia por volta das 13h30. Naquele momento, a médica estava realizando um parto, o que justificaria a espera inicial. No entanto, mesmo após a chegada de outras duas gestantes, a paciente permaneceu sem atendimento — mesmo tendo relatado dor intensa, sangramento e medo de perder o bebê.
Durante a longa espera, ela manteve contato com o gabinete da vereadora por meio de mensagens, relatando seu estado emocional. “Ela estava nervosa, com medo, e disse que a única resposta que ouviu foi: ‘espere’. Isso não é acolhimento”, destacou Laís.
“NÃO TEM MAIS NADA AQUI”, DISSE A MÉDICA
O atendimento só ocorreu por volta das 16h30. Segundo o relato, a médica comunicou à paciente, de forma direta e fria, que “não havia mais nada ali”, indicando a perda da gestação. Após o exame, a mulher foi medicada com remédios para auxiliar a expulsão do conteúdo uterino e, em seguida, liberada — sem orientações claras ou suporte emocional.
DIAGNÓSTICO INCERTO AUMENTA O TRAUMA
Horas depois, a paciente informou à vereadora que o discurso da equipe médica havia mudado. Agora, já não havia certeza de que o aborto realmente tinha ocorrido. A mulher foi orientada a buscar atendimento na rede municipal no dia seguinte para realizar exames complementares. “Ela saiu do hospital sem saber se ainda estava grávida ou não”, lamentou Laís, visivelmente emocionada.
VEREADORA ACOMPANHA O CASO DE PERTO
Nos dias seguintes, a vereadora acompanhou pessoalmente a paciente em busca de esclarecimentos. Um exame de sangue deu positivo para gravidez, mas os profissionais explicaram que o resultado poderia indicar apenas um aborto recente. Um novo ultrassom foi solicitado, mas com agendamento para dias depois. “Ela passou o final de semana inteiro em dúvida, traumatizada, sem uma resposta concreta”, contou Laís.
FALTA ULTRASSOM APÓS AS 17H
Laís Gianotti também criticou a ausência de exames de ultrassom disponíveis no hospital após as 17h. “Se uma gestante chega ao hospital à noite ou no fim de semana, ela simplesmente não tem como confirmar se perdeu ou não o bebê. Isso é desumano”, declarou.
R$ 1,8 MILHÃO POR MÊS: ONDE ESTÁ O ATENDIMENTO?
A vereadora questionou ainda o uso dos recursos públicos repassados ao hospital, que somam cerca de R$ 1.833.634,88 por mês. Segundo ela, com esse valor, seria esperado que o hospital garantisse estrutura adequada e atendimento humanizado às gestantes. “É inaceitável que, com esse repasse, o mínimo não esteja sendo oferecido”, afirmou.
OUTROS CASOS DE DEMORA E NEGATIVA
Durante sua fala, Laís também citou outros relatos preocupantes envolvendo o Hospital São Luiz. Entre eles, o de um paciente oncológico que precisava de uma transfusão de sangue e teve o atendimento negado. “Esse senhor teve que ser encaminhado para outra cidade para receber um tratamento que poderia ter sido feito aqui, simplesmente porque o hospital se recusou a assumir o risco”, denunciou.
“NINGUÉM DEVERIA PASSAR POR ISSO”
Ao encerrar sua fala, a vereadora fez um apelo por mais empatia, respeito e humanização nos atendimentos hospitalares. “Como mulher, como representante do povo, eu não consegui olhar para essa história com normalidade. Nenhuma outra gestante pode passar por isso. O atendimento precisa ser digno, com ou sem vereador presente. Nossa população merece mais”, concluiu.
Categoria: Notícias da Câmara
Publicado em: 25/03/2025 10:41:58